Educação
Patrimonial
Texto elaborado pela equipe da Revista Pedagógica
do IEMG (Ronaldo Campos e Rosa Maria Vicente)– 2013
A educação patrimonial configura-se como uma
proposta ainda pouco difundida, embora reveladora de um trabalho que pode
tornar-se facilitador de um tipo conhecimento critico e consciente por parte
das comunidades e indivíduos acerca do seu patrimônio cultural, fortalecendo o
seu sentimento de pertencimento. Ou seja, esse processo de educação é um campo
propicio ao desenvolvimento do conceito de Patrimônio Cultural, permitindo a
absorção de novos referenciais para sua seleção e democratização das práticas culturais.
Por esta razão a educação patrimonial deve ser entendida como uma atividade
continua e cotidiana, envolvendo todos os segmentos que compõem a comunidade
escolar, objetivando preservar os marcos e as manifestações culturais,
compartilhar responsabilidades e esclarecer dúvidas, conceitos e,
concomitantemente, divulgar trabalhos técnicos e informativos pertinentes e
seus respectivos resultados. Em suma, um processo de educação do olhar que
ocorrerá tanto no âmbito da educação formal como da educação não
formal, utilizando situações e ações que provoquem reações, interesses,
questionamentos e reflexões sobre o significado e o valor de todo o acervo
cultural do IEMG.
Entende-se por cultura um sistema de atividades e
modos de agir, costumes e instruções de um povo, meio pelo qual o homem se
adapta às condições de existência, transformando a realidade. Cultura é um
processo em permanente evolução, diverso por natureza e rico em desdobramentos.
É um desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade, fruto do
esforço coletivo pelo aprimoramento dos seus valores espirituais e imateriais.
O bem cultural é o produto do processo, assim como
os elementos da natureza que proporcionam ao ser humano conhecimento e
consciência de si mesmo e do ambiente que o cerca. O patrimônio cultural de um
povo é formado pela soma dos seus bens culturais. Cada bem cultural seja
objeto, monumento, canções ou obras de arte é testemunho de uma época da
história, que nos permite conhecer o passado, compreender o presente e planejar
o futuro, resgatando informações importantes que auxiliam as pesquisas atuais
no sentido de melhorar o mundo em diversas áreas do conhecimento.
É preciso se libertar das “amarras”, não jogar fora
simplesmente o passado e toda a sua história: o que é preciso é considerar o
passado como presente histórico,é ainda vivo, é um presente que ajuda a evitar
as várias arapucas...Frente ao presente histórico nossa tarefa é forjar um
outro presente, “verdadeiro”, e para isso é necessário não um conhecimento profundo
de especialista, mas uma capacidade de entender historicamente o passado, saber
distinguir o que irá servir para novas situações de hoje que se apresentem a
vocês, e tudo isto não se aprende somente nos livros. Na prática não existe o
passado. O que existe ainda hoje e não morreu é o presente histórico. O que
você tem que salvar – aliás, salvar não, preservar – são certas características
típicas de um tempo que pertence ainda à humanidade. Mas, se a gente acreditar
que tudo o que é velho deve ser conservado, a cidade vira um museu de
cacarecos. Em um trabalho e restauração arquitetônica, é preciso criar e fazer
uma seleção rigorosa do passado. O resultado é o que chamamos de presente
histórico. (Excerto da apresentação do projeto para a Nova
Prefeitura de São Paulo, por Lina Bo Bardi, 1992)
A educação patrimonial realizada num contexto mais amplo possibilita construir com alunos e com a comunidade escolar o despertar nos alunos
adolescentes (que são vistos como modelos de comportamento a serem seguidos
pelos alunos menores) a necessidade de se preservar a história e o acervo
material da nossa instituição. Por isto é importante fornecer informações
básicas sobre cultura, bens culturais, patrimônio cultural, preservação e
conservação dos bens culturais, com o intuito de alertar, despertar e motivar
ações coletivas que busquem resgatar a memória, a história, as lembranças, e
outras coisas que possam ser importantes para reconstrução da história de
comunidade.
Tomando por base a importância da preservação do
patrimônio-histórico cultural, que não mais é que um conjunto e bens culturais
portadores de valores que podem ser legados às gerações futuras percebemos que
é necessário trabalhar com as comunidades conceitos sobre essa temática. Mas o
entendimento e abordagem dos temas relativos ao patrimônio devem ser
transmitidos através de métodos educacionais, pois o cenário cultural em que
vivemos valoriza o novo, o amanha, o futuro, com isso ocorre um processo de
anulação da dimensão do tempo e da memória, ao mesmo tempo, em que ocorre um
enfraquecimento tanto do passado como do presente.
Nesse sentido, o estabelecimento de projetos que tratam da temática da educação patrimonial tem o significado de gerar ações que
viabilize a reconstrução e preservação dos bens culturais das comunidades,
levando os alunos a conhecer, conscientizar e valorizar a sua história e a
história do IEMG, exercitando o exercício da memória, identidade e cidadania.
A educação patrimonial objetiva oportunizar a toda
comunidade escolar do IEMG refletir sobre a importância da sua trajetória na
formação cultural, resgatando informações importantes, que possam auxiliar nas
pesquisas atuais no sentido de melhorar o meio em que vivemos, visando o bem
estar material e espiritual das comunidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Apostila “Diretrizes para a educação patrimonial”. Belo
Horizonte: IEPHA/Secretária de Cultura de Minas Gerais, 2008.
CARMO, Cláudio. Ficções do patrimônio: raízes
da memória em Gustavo Barroso e Mário de Andrade. Rio de Janeiro: Editora Agora
da Ilha, 2002.
GUIMARÃES, Edelfina. MIRANDA, Marcos Paulo de
Souza. A educação patrimonial como instrumento de preservação. São
João Del Rey. Disponível em <http://www.mp.mg.gov.br/extranet/baixarArquivo.action?idItemMenu=12448>.
Acesso em 25 de agosto de 2008.
ORIÁ, Ricardo. Educação
patrimonial: conhecer para preservar. Brasília. Disponível em<http://www.aprendebrasil.com.br/articulistas/articulista0003.asp>
Acesso em 25 de agosto de 2008.
Reflexões e
contribuições para a educação patrimonial. Belo
Horizonte: Secretária do Estado da Educação de Minas Gerais, 2002. (Lições de
Minas, 23).
Nenhum comentário:
Postar um comentário