sexta-feira, 5 de abril de 2019

A influência do PIBID na minha vida profissional

A influência do PIBID na minha vida profissional
Ronaldo Campos[1]

O PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) não é simplesmente um programa que oferece bolsa para alunos de graduação da área de licenciatura. É um projeto altamente transformador. Além de ser uma proposta que possibilita estabelecer uma ponte entre a universidade e as escolas públicas de ensino básico. Garantindo tanto uma formação mais completa dos graduandos como uma renovação das práticas pedagógicas dos professores supervisores, além de contribuir de forma significativa na melhoria de qualidade do processo de ensino-aprendizagem das nossas escolas. O PIBID é uma proposta que une teoria e prática. É um fazer que a todo o momento resignifica as nossas práticas e os nossos conceitos didático-pedagócicos.
Quando ingressei, em setembro de 2016, nesse programa, imaginava que os maiores beneficiados seriam os alunos de graduação. Hoje, contudo, tenho a certeza que fui eu quem mais se beneficiou dessa experiência. Em primeiro lugar, o PIBID estabeleceu um espaço de dialogo e uma sala de aula ampliada. Questões, práticas e ações que anteriormente considerava (quase) como “verdades”, “certezas” ou “acertos” foram colocadas em debate\dúvida. Os alunos pibidianos sempre perguntavam “por que agi dessa forma?” Eu não podia simplesmente apresentar uma resposta pronta, era necessário pensar e debater com eles o que “eu penso” e estar aberto para as outras possibilidades. Assim, durante as aulas e nas nossas reuniões, a escola se tornou um campo de possibilidades, onde aquelas práticas cristalizadas e até ultrapassadas não tinha mais lugar. Percebi que tenho limites mas tambem descobrir que há muito espaço para criar e transformar.
Os alunos de graduação que fazem parte da minha equipe do pibid se tornaram co-autores e co-responsáveis por todo esse processo. Em muitos momentos, fiquei impactado e até um pouco assustado com as propostas. Nunca imaginei que ministraria uma aula sobre a participação dos Estados Unidos na segunda guerra mundial baseada na teoria de jogos onde o recurso metodológico é um jogo de play station. Nem tinha a audácia de propor (sem concessão ou facilitação) a metodologia de história oral baseada na pesquisa de Éclea Bosi para alunos da educação básica. O que parecia impossível não era. Os alunos do ensino médio deixaram a postura de passividade e se tornaram também sujeitos do seu próprio conhecimento. O professor foi além do mero facilitador e transmissor de um saber livresco. A escola se tornou um campo onte teoria e prática estabeleciam um diálogo. Um local que poderia receber o que era discutido na academia. Assim, em um período relativamente curto, conseguimos participar de três encontros universitários para mostrar o resultado de todo esse trabalho; mostrar (e comprovar) que é possível romper com as certezas dadas e problematizar o conhecimento histórico tornando-o significativo para alunos e proressores.



[1] Professor de História do Instituto de Educação, graduado em História e Filosofia pela UFMG, Mestrado em Filosofia pela UFMG e professor participante do PIBID PUC Minas - História

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