A
influência do PIBID na minha vida profissional
Ronaldo
Campos[1]
O
PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) não é
simplesmente um programa
que oferece bolsa para alunos de graduação da área de licenciatura. É um
projeto altamente transformador. Além de ser uma proposta que possibilita
estabelecer uma ponte entre a universidade e as escolas públicas de ensino
básico. Garantindo tanto uma formação mais completa dos graduandos como uma
renovação das práticas pedagógicas dos professores supervisores, além de
contribuir de forma significativa na melhoria de qualidade do processo de
ensino-aprendizagem das nossas escolas. O PIBID é uma proposta que une teoria e
prática. É um fazer que a todo o momento resignifica as nossas práticas e os
nossos conceitos didático-pedagócicos.
Quando ingressei, em setembro de 2016, nesse
programa, imaginava que os maiores beneficiados seriam os alunos de graduação.
Hoje, contudo, tenho a certeza que fui eu quem mais se beneficiou dessa
experiência. Em primeiro lugar, o PIBID estabeleceu um espaço de dialogo e uma
sala de aula ampliada. Questões, práticas e ações que anteriormente considerava
(quase) como “verdades”, “certezas” ou “acertos” foram colocadas em
debate\dúvida. Os alunos pibidianos sempre perguntavam “por que agi dessa
forma?” Eu não podia simplesmente apresentar uma resposta pronta, era
necessário pensar e debater com eles o que “eu penso” e estar aberto para as
outras possibilidades. Assim, durante as aulas e nas nossas reuniões, a escola
se tornou um campo de possibilidades, onde aquelas práticas cristalizadas e até
ultrapassadas não tinha mais lugar. Percebi que tenho limites mas tambem
descobrir que há muito espaço para criar e transformar.
Os alunos de graduação que fazem parte da minha
equipe do pibid se tornaram co-autores e co-responsáveis por todo esse
processo. Em muitos momentos, fiquei impactado e até um pouco assustado com as
propostas. Nunca imaginei que ministraria uma aula sobre a participação dos
Estados Unidos na segunda guerra mundial baseada na teoria de jogos onde o
recurso metodológico é um jogo de play station. Nem tinha a audácia de propor
(sem concessão ou facilitação) a metodologia de história oral baseada na
pesquisa de Éclea Bosi para alunos da educação básica. O que parecia impossível
não era. Os alunos do ensino médio deixaram a postura de passividade e se tornaram
também sujeitos do seu próprio conhecimento. O professor foi além do mero
facilitador e transmissor de um saber livresco. A escola se tornou um campo
onte teoria e prática estabeleciam um diálogo. Um local que poderia receber o
que era discutido na academia. Assim, em um período relativamente curto,
conseguimos participar de três encontros universitários para mostrar o
resultado de todo esse trabalho; mostrar (e comprovar) que é possível romper
com as certezas dadas e problematizar o conhecimento histórico tornando-o
significativo para alunos e proressores.
[1]
Professor de História do Instituto de Educação, graduado em História e
Filosofia pela UFMG, Mestrado em Filosofia pela UFMG e professor participante
do PIBID PUC Minas - História
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