segunda-feira, 29 de setembro de 2025

A Partida de uma Inspiração: O Legado de Elza de Moura no Instituto de Educação

A Partida de uma Inspiração: O Legado Eterno de Elza de Moura no Instituto de Educação Foi com profunda tristeza e um sentimento de perda imensurável que recebemos a notícia, tardia, do falecimento de Elza de Moura (ocorrido em 11 de março de 2024, aos 108 anos). Sua partida entristece profundamente toda a comunidade do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), deixando uma lacuna que dificilmente será preenchida. Elza de Moura não era apenas uma ex-aluna e professora; ela era um símbolo vivo da história e da excelência pedagógica que define nossa instituição.
Elza de Moura na época da sua formatura (Foto: reprodução – acervo pessoal de Elza de Moura) Uma Conexão Inabalável e uma Presença Sempre Vibrante A conexão de Elza de Moura com o Instituto de Educação nunca se desfez, manifestando-se em uma participação exemplar em nossos projetos. Sua generosidade e compromisso eram notáveis: todas as vezes que foi convidada, ela participou, com o entusiasmo e a lucidez que a caracterizavam, sendo um farol de dedicação e empenho que se estendeu por mais de um século. Essa participação se deu tanto de forma presencial, como no lançamento da nossa Revista Pedagógica do IEMG e no projeto Chá da Memória, quanto através de sua fundamental contribuição intelectual, notadamente com a produção de um texto inédito para a Revista Pedagógica do IEMG, enriquecendo o debate e a memória institucional.
Essas interações eram sempre um privilégio. Lembramos com carinho das ocasiões em que sempre nos recebeu em sua casa com inigualável simpatia e cordialidade. Nessas visitas, cujos registros em áudio e vídeo se tornaram um tesouro para o nosso acervo histórico, ela compartilhou a riqueza de suas memórias. Com a vivacidade de quem ainda estava no front da educação, ela narrou sua passagem pela histórica Escola Normal Modelo (o embrião do IEMG) e detalhou sua multifacetada carreira como professora, cientista, maestrina e pensadora.
Elza de Moura no XXIX, no auditório do Instituto de Educação – Encontro Nacional da AMAE \ Belo Horizonte 30 -07 - 1997(Foto: reprodução- acervo: Elza de Moura)
Elza de Moura: Professora, Cientista, Regente e Centenária A trajetória de Elza de Moura, nascida em Belo Horizonte em 1915 e filha do Tenente Anastácio de Moura, é um testemunho de vida dedicado à arte e ao saber. Formada na Escola Normal Modelo, sua carreira foi profundamente influenciada pelas orientações da pedagoga e psicóloga russa Helena Antipoff, uma figura que revolucionou o ensino em Minas Gerais. Elza de Moura absorveu e expandiu esse legado, tornando-se uma das mais importantes expressões da pedagogia de Minas Gerais. Como professora de música no Instituto de Educação, ela desempenhou um papel fundamental, moldando inúmeros alunos. Sua paixão pelo ensino e seu talento musical cativaram gerações. Sua arte e sua didática ecoavam pelo IEMG através do piano exposto no Museu Helena Antipoff, o mesmo instrumento no qual ministrava suas aulas na década de 60 – um objeto que hoje simboliza seu legado que transcende a técnica e toca a alma. Mas sua relevância ia muito além da sala de aula. Elza de Moura foi uma intelectual de intensa atividade: Cientista e musicista, publicou livros de ciências para crianças, demonstrando sua interdisciplinaridade. Foi diretora de colégio por 25 anos, um testemunho de sua capacidade de gestão e liderança. Estudou canto e piano, regeu corais e produziu ensaios sobre literatura, música e educação. Membro atuante da Arcádia de Minas Gerais, publicou artigos em diversos veículos culturais, mantendo intensa atividade intelectual. O fato de residir na rua Tenente Anastácio de Moura, uma homenagem ao seu pai, o militar morto durante a Revolução de 1932, apenas sublinha a profunda ligação de sua família e sua vida à história de Belo Horizonte. O Impacto e o Legado Transformador Elza de Moura é, para o Instituto de Educação e para a sociedade mineira, um exemplo vivo de como a dedicação à arte e à educação pode tocar vidas e enriquecer a sociedade. Sua sabedoria, paciência e dedicação foram a chave para que muitos seguissem o caminho da música, encontrando não apenas conhecimento técnico, mas também uma fonte de expressão e realização pessoal. Sua vida ecoa a célebre frase do educador Paulo Freire: "Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo." Sua simpatia e afeto criaram laços de amizade e admiração que se perpetuam. Elza de Moura sempre será lembrada como uma figura querida e inspiradora, cujo espírito de educadora e humanista permanecerá vivo em cada corredor, em cada nota musical e em cada página da história do Instituto de Educação. Descanse em paz, querida mestra. Seu legado é eterno.

domingo, 28 de setembro de 2025

O Barquinho Amarelo: O Vaso da Imaginação e a Ética da Alfabetização

Qual foi o seu primeiro mapa para o mundo das palavras? Para incontáveis gerações de leitores brasileiros, essa cartografia emocional começou com a capa singela e vibrante de “O Barquinho Amarelo”. Mais do que uma simples cartilha, este livro é uma âncora dourada fincada na memória afetiva de quem aprendeu a decifrar o mistério da escrita em meados do século passado. O título em si é uma metáfora perfeita para a jornada inicial da leitura: o Barquinho Amarelo não é apenas uma embarcação; é o primeiro veículo da imaginação autônoma. Sob a pena de Iêda Dias da Silva, ele transportou crianças como Marcelo, Rosinha e Marquinho, mas, sobretudo, transportou o leitor para a dimensão da aventura e da descoberta que jaz no cotidiano. Suas cinco pequenas histórias são a prova de que o lirismo não precisa ser complexo para ser profundo, resgatando a leveza do brincar como motor da compreensão. O texto ensina, mas, antes de tudo, encanta.
A Alfabetização como Descoberta, Não como Decifração O gênio do livro reside em sua profunda sintonia com o método global de alfabetização. O processo não era o árido "B-A-BÁ" de sílabas isoladas, mas o mergulho na inteireza da frase, no significado completo. Metáfora: O Barquinho Amarelo transformou a sala de aula de um cativeiro de consoantes e vogais em um porto de significados. O aluno não estava apenas lendo a palavra "barquinho"; ele estava sentindo o cheiro do rio e a brisa da aventura com Marcelo, Rosinha e Marquinho. Essa imersão contextualizada foi um gancho emocional poderoso: a leitura deixou de ser uma tarefa mecânica para se tornar uma extensão natural da brincadeira e da experiência humana. A criança era convidada a apreender e incorporar o texto como quem desvenda um segredo compartilhado.
Iêda Dias da Silva: A Autora que Ouviu o Brasil A história da criação do livro, segundo apontam Frade e Pessoa, confere a Iêda Dias da Silva um status singular no panteão da educação. O Barquinho Amarelo não nasceu da teoria fechada em uma torre acadêmica, mas de um laboratório a céu aberto: a observação empírica de como outras professoras, Brasil afora, interagiam com seu material pedagógico. Gancho Emocional e Exemplo: A autora não criou a partir do que achava que funcionaria, mas a partir do que viu funcionar sob a luz do sol das escolas. Ela se tornou uma escutadora atenta do corpo docente e discente do país. Essa trajetória é a materialização da responsabilidade social em sua forma mais nobre. A percepção do impacto de seu trabalho nas mãos de outras educadoras e o contato com a diversidade das crianças brasileiras impulsionou a escrita do livro, elevando-o de um exercício intelectual a um ato de serviço coletivo. O Barquinho Amarelo é, portanto, um livro que nasceu da necessidade sentida e da empatia observada, solidificando-se como um pilar que não só alfabetizou, mas, mais crucialmente, fundamentou o hábito de leitura de muitas vidas, ensinando-as que a palavra, tal como um barco, sempre pode nos levar para um horizonte novo.

Trilhas Urbanas: percursos sócio-históricos-geográficos na cidade de Belo Horizonte

 


Quando assumi a coordenação de área, elaborei um projeto para ser realizado em uma tarde de sábado com os alunos do primeiro ano do novo ensino médio. Contudo, o projeto não foi realizado por alguma questão técnica ou burocrática da gestão (não sei se da escola ou da secretaria). Um ano depois, um outro projeto de trilha urbana elaborado por outro professor foi implementado no turno da manhã. Com o intuito de preservar algumas ideias aqui apresentadas, resolvi postar no blog o projeto como forma de preservação da memória.

O Projeto "Trilhas Urbanas: percursos sócio-históricos-geográficos na cidade de Belo Horizonte"

 


Introdução

O crescimento das cidades é frequentemente percebido como um símbolo de progresso e desenvolvimento. Contudo, esse processo de transformação pode gerar profundas modificações na paisagem urbana. Prédios históricos são muitas vezes demolidos e substituídos por construções maiores e mais modernas. O desaparecimento de estruturas arquitetônicas de valor histórico, no entanto, pode gerar a necessidade de preservar as construções remanescentes, com o objetivo de solidificar a identidade histórico-cultural da cidade. Essa valorização do passado tornou-se mais comum no Brasil a partir das últimas décadas do século XX. Nesse período, observou-se a restauração e a revitalização dos centros históricos de inúmeras cidades brasileiras, o que possibilitou o incremento das atividades turísticas e comerciais nesses centros urbanos.

A ideia de centro histórico refere-se a um conjunto de edifícios que possui valor cultural, social, artístico e turístico, constituindo a base original da cidade e a fundamentação para a construção de seus edifícios, instituições e infraestrutura. Por ser o local onde se encontram as primeiras edificações que marcaram o nascimento da cidade, o centro histórico é um espaço geralmente protegido por órgãos e autoridades, por meio de leis e regulamentos, que visam impedir que suas estruturas sejam demolidas ou modificadas. A capital mineira, por exemplo, foi planejada pelo engenheiro Aarão Reis e inaugurada em 1897, concretizando um moderno projeto de planejamento urbano que se destacava pela construção de grandes avenidas, ruas arborizadas e bairros desenhados. Belo Horizonte está situada na região conhecida como Mares de Morros, uma forma típica da paisagem do estado de Minas Gerais.

O centro histórico de Belo Horizonte concentra alguns dos patrimônios e pontos turísticos mais importantes da cidade. Destacam-se o Bairro dos Funcionários com vários exemplos de “casas tipo”; a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem; o prédio do IEMG, localizado na rua Pernambuco, 47; a Rua João Pinheiro com seus casarões históricos; e a Praça da Liberdade, centro do poder da capital mineira.

No mês de dezembro, comemoramos, no dia 12, a fundação da cidade de Belo Horizonte e, no dia 16, a criação da Escola Normal Modelo, que deu origem ao Instituto de Educação de Minas Gerais. Para celebrar de forma significativa estas datas, será realizado no último sábado de novembro e no primeiro sábado de dezembro um trabalho de campo no centro tradicional da capital mineira. Esta atividade será desenvolvida por meio do projeto Trilhas Urbanas: percursos sócio-históricos-geográficos na cidade de Belo Horizonte, realizado pelos professores de Ciências Humanas do Novo Ensino Médio do Instituto de Educação de Minas Gerais, com o apoio do Serviço de Orientação/Supervisão da instituição.

Este projeto busca envolver os estudantes do primeiro ano do Novo Ensino Médio, contribuindo para despertar uma percepção mais aguçada sobre o espaço urbano que circunda a escola. Percorrer a trilha urbana proposta permitirá ao estudante perceber tanto os problemas sociais decorrentes da estrutura urbana da capital mineira, quanto aqueles provocados pela falta de integração socioambiental. Os alunos poderão observar fatores ecológicos, tecnológicos, sociais e culturais. A compreensão desses fatores possibilitará também a reflexão sobre o processo de desenvolvimento histórico e social de transformação do meio natural e artificial de Belo Horizonte. Acreditamos que o projeto Trilhas Urbanas pode contribuir para a formação e o desenvolvimento de um sujeito crítico e independente, oferecendo aos alunos a oportunidade de identificar a permanência e a constante transformação do espaço artificializado, consolidando uma visão crítica da produção do espaço urbano e a valorização do patrimônio histórico e seus equipamentos ambientais, sociais e culturais.


PÚBLICO AO QUAL SE DESTINA

O público-alvo do nosso projeto são os alunos do primeiro ano do Novo Ensino Médio do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG). Os estudantes do IEMG são provenientes de diversos bairros da capital e, alguns, de cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Muitos deles desconhecem a história e os marcos históricos da cidade. Além dos alunos, os professores das diversas áreas do conhecimento do IEMG também estão envolvidos neste trabalho sobre a cidade, com o intuito de torná-la mais próxima de seus próprios moradores e estudantes de nossa escola.


PERÍODO DE EXECUÇÃO

Efetivamente, o início da execução do projeto se dará na última semana do mês de outubro e na primeira semana do mês de novembro do ano letivo de 2022, com previsão para o fechamento do quarto bimestre. Após a realização da trilha urbana, será organizada uma exposição de trabalhos onde toda a comunidade escolar terá a oportunidade de compartilhar as várias leituras e conhecimentos sobre a cidade. A ideia é fazer deste projeto uma parte integrante da proposta pedagógica do quarto bimestre das turmas de primeiro ano do Novo Ensino Médio (turno da tarde). Isso se justifica pela importância da consolidação de uma identidade do aluno com a escola/cidade, ajudando-os a desenvolver um sentimento de pertença, elevando a autoestima e, ao mesmo tempo, proporcionando-lhes maior habilidade para transitar no meio social e para encontrar ou criar seus próprios espaços de lazer ou mesmo de trabalho. Buscaremos, assim, contribuir com a elevação da autoestima do nosso corpo discente.


JUSTIFICATIVA

Acreditamos que a produção do conhecimento é dialógica, ou seja, o saber produzido nas escolas deve nascer da conscientização do aluno em relação ao seu contexto social e cultural. Isso exige, por sua vez, um trabalho de resgate da identidade dos alunos, a partir de um maior contato com a história da cidade na qual ele está inserido como aluno, trabalhador e cidadão. Este trabalho não é simples, exigindo um esforço consciente que englobe teoria/análise e prática/ação, o que produz efeitos importantes na sua formação. No caso dos alunos do Instituto de Educação (que, brevemente, passará por uma grande restauração), um projeto que busca conhecer a história da cidade e, consequentemente, a trajetória da escola, possui uma importância ainda maior na vida acadêmica e pessoal do nosso corpo discente. É essencial reconhecer que ninguém amará, valorizará ou preservará aquilo que desconhece. O conhecimento é gerador de valoração, e a valoração é apropriação de valores.

Neste sentido, um projeto como Trilhas Urbanas tem o poder de ampliar a percepção do espaço histórico-geográfico como categoria de análise para a compreensão do desenvolvimento socioambiental, a partir de diversas áreas do conhecimento, com ênfase na artificialização do espaço antrópico. Além disso, a abordagem interdisciplinar na exploração de Belo Horizonte permitirá promover a construção de uma percepção mais crítica dos fatores econômicos, sociais e ambientais que moldam o território específico, capacitando o estudante a compreender o espaço público como meio para exercer a cidadania. Favorece, ainda, o conhecimento autorreflexivo dos atributos da paisagem urbana enquanto instrumento de aprendizagem.


OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Consolidar a identidade de nossos alunos com a cidade onde vivem, visando a um conhecimento mais aprofundado da metrópole a partir de diferentes leituras. Propõe-se, assim, proporcionar ao aluno do primeiro ano do Novo Ensino Médio o desenvolvimento do sentimento de pertencimento, de autoestima e, ao mesmo tempo, maior habilidade para transitar no meio social, e para encontrar ou criar seus próprios espaços de lazer ou mesmo de trabalho.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Com a finalidade de atingir o objetivo geral, cada área do conhecimento trabalhará com objetivos específicos, como um meio para atingir o fim:

  • Atividades: Despertar o interesse do aluno por atividades de educação ambiental e educação patrimonial em sua cidade, construindo um olhar crítico sobre a cidade em suas múltiplas perspectivas: o meio ambiente urbano, as estruturas arquitetônicas, os prédios históricos, as contradições socioespaciais, os espaços do poder, os lugares da memória e os espaços de circulação (ruas, becos, galerias).

  • Português: Ser capaz de expressar sua identidade através da oratória e produção de textos.

  • Inglês: Compreender que no mundo contemporâneo as pessoas, devido aos meios de comunicação de massa e ao consumismo global, estão compartilhando das mesmas informações e produtos de consumo, muitas vezes de lugares longínquos e diferentes.

  • Educação Física: Identificar os lugares da cidade que são (ou que podem ser) utilizados para práticas esportivas ou para o lazer dos moradores de Belo Horizonte.

  • Arte: Habilitar o olhar para ver e perceber espaços da arte em sua cidade.

  • História: Compreender o lugar em que vivem, utilizando a memória local como elemento que ilumina o processo de descoberta, possibilitando construir diversas compreensões sobre a cidade.

  • Geografia: Compreender o espaço urbano e a segregação sócioespacial.

  • Sociologia: Trabalhar a ideia de “estranhamento", colocando em questão situações vivenciadas no cotidiano e tidas como esperadas ou normais; buscando respostas para essa expectativa de normalidade que envolve os fenômenos sociais e os torna inquestionáveis; assumindo uma postura investigativa frente a um mundo aparentemente conhecido e comum.

  • Filosofia: Trabalhar o conceito de cidadania de forma que os alunos se percebam enquanto parte da totalidade político-cultural da capital de Minas Gerais.

  • Biologia: Despertar o interesse do aluno por atividades de educação ambiental em sua cidade.


PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O projeto Trilhas Urbanas tem como foco principal o centro histórico de Belo Horizonte: o Bairro dos Funcionários, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, a Rua João Pinheiro e a Praça da Liberdade. O local foi escolhido por reunir uma grande concentração de prédios históricos e equipamentos culturais da cidade. Todo o percurso será realizado a pé, partindo do Instituto de Educação de Minas Gerais, na rua Pernambuco, 47. A caminhada contará com a orientação de especialistas de diversas áreas do conhecimento (todos professores do Instituto de Educação) e seguirá roteiros previamente estabelecidos. Ao final do processo, busca-se o estabelecimento de vínculos de interesse e afetividade pelo local nos participantes, construindo um canal de comunicação positivo em relação ao Centro Histórico e, mais especificamente, em relação ao próprio prédio do Instituto de Educação, estabelecendo uma tendência à preservação do espaço histórico.

Os percursos foram definidos pela importância histórica ou peculiaridade dos locais da cidade. A trilha inicia pelo entorno do IEMG, segue para a Igreja da Boa Viagem, sobe a Rua João Pinheiro e culmina na Praça da Liberdade. Neste último ponto, cada grupo de alunos visitará um dos museus localizados na área. Durante todo o percurso, os alunos poderão captar imagens usando seus aparelhos celulares, gerando minivídeos e gravando áudios que narrem aspectos considerados importantes.


AVALIAÇÃO

Espera-se que, ao final do percurso, o aluno compreenda a interdisciplinaridade que proporcionou o aumento da percepção e da relação socioespacial para o desenvolvimento socioambiental da localidade percorrida.

O melhor relatório será escolhido para desenvolver um painel que deverá ficar exposto em um ponto estratégico da escola. Este relatório será premiado pelo professor coordenador do projeto.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KUSSUNOKI, Marcelo; MADUREIRA, Flávia Mesquita Sampaio; SANDRE, Adriana Afonso. Trilha Urbana, Mobilidade e Integração Social: um estudo aplicado à avenida Sumaré em São Paulo. Revista Eletrônica: LABVERDE-USP. São Paulo, 2015.

FARIAS, Eloisa Maria; BANDEIRA, Karolina do Santos. A Trilha Urbana Como Estratégia de Estudo Socioambiental No Curso de Formação Inicial de Professores. X Salão de Iniciação Cientifica-PUCRS. Canoas, 2009.

LOPES, Laura Patricia. A Educação Ambiental Presente Na Trilha Urbana Em Curitiba-PR: Formação de Docentes. XI Encontros Paranaense de Educação Ambiental. Curitiba, 2015.

OLIVEIRA, Lucélia de Almeida Santos. Trilha Urbana Para a Percepção Ambiental. II Encontro Cientifico Multidisciplinar da Faculdade Amadeus. Aracaju, 2016.

LOPES, Claudivan Sanches; NERIS, Graziele Cristina Guimarães. Trilhas Urbanas: a cidade e o ensino de Geografia. Publicado em Geoingá: Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia. Maringá, 2012.

Projeto “Exposição temporária do Museu da Escola: a memória da nossa sociedade através das diversas fontes históricas”


 

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS (IEMG)
NOVO ENSINO MÉDIO – ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Projeto “Exposição temporária do Museu da Escola: a memória da nossa sociedade através das diversas fontes históricas”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BELO HORIZONTE – MG

2022


 

Introdução

 

Qualquer exposição ou mostra é baseada em uma escolha. Buscamos apresentar objetos que carregam em si uma determinada narrativa sobre um assunto especifico. Há quase sempre o desejo de representar e comunicar histórias, tradições, novidades, conhecimentos, modos de fazer e viver. Por esta razão, ao selecionarmos os objetos para serem expostos, somos direcionados para ideias e imagens que por sua vez estabelecem uma série de sentidos e diálogos com o público, ou seja, a escolha desses objetos estabelece um sistema de comunicação dotado de uma lógica e um sentido próprios.

Este projeto está diretamente voltado para a educação científica, na proposta do Novo Ensino Médio, uma vez que abrange temas ou eixos temáticos contemplados nas propostas curriculares das escolas. Dentre os temas relacionados, podemos ressaltar: história do Brasil e História local, além de se relacionar com outros temas como diversidade cultural, educação patrimonial, entre outros.

A finalidade do nosso trabalho é explicar de modo claro, concreto e interdisciplinar o que são as fontes de pesquisa de um historiador que também pode permitir que ocorra a produção de determinados conhecimentos que vem a se manifestar no meio discente, podendo trazer mudanças de atitudes e valorizar a existência dos sujeitos no seu processo de interação. Vamos trabalhar com os objetos tanto na concepção de fontes históricas como também como patrimônios culturais de um determinado povo que viveu em uma sociedade em um dado tempo histórico.

Luís Barros ressalta que:

 

O património cultural inclui não só a herança cultural de cada povo que se manifesta pelas expressões “mortas” como os locais arqueológicos, os monumentos arquitetônicos relevantes pelos estilos que mostram ou pelos eventos passados que evocam, enfim objetos artísticos e também de valor histórico hoje em desuso, mas também pelos bens culturais atuais, tangíveis e intangíveis, as novas formas de artesanato englobando a assimilação local de novas tecnologias, as línguas e as sua evolução viva, os conhecimentos e vivências atuais. (BARROS, 2004, p.12).

 

Em suma, o conceito de patrimônio cultural nos permite compreender que todos os bens (a nível histórico, arqueológico, científico e linguístico), sejam eles herdados ou criados, são testemunhas civilizacionais do contexto social e, por isso, portadores de interesse cultura. São importantes para se compreender a nossa realidade, a nossa cultura e a nossa história tanto de tempos passados como de tempos atuais.

Temos que lembrar também que como escola (como professores da área de ciências humanas) somos responsáveis por transmitir\ensinar a história, os valores, as marcas identitárias locais, as ideias, e pensamentos da nossa sociedade. Isto porque tais elementos possuem consequentemente uma grande importância na formação da identidade do indivíduo e do cidadão.

Este projeto se insere dentro de uma perspectiva de uma sala de aula aberta e interdisciplinar, onde o processo de ensino-aprendizagem ocorrerá de modo dialógico, interativo, numa perspectiva horizontal. Consideramos o processo de ensinar e aprender como algo muito complexo que pode se dar nos mais diversos espaços e tempos históricos, sociais e culturais. Rompendo com o modelo tradicional de educação, no qual, o professor é o centro e o detentor de todo o conhecimento, o aprendizado se resume ao ato de memorizar\repetir e o ato de ensinar se restringe ao repassar conteúdos já prontos. E instituindo a escola como um ambiente de possibilidades de vivências e de aprendizagens, tanto para os alunos como para os professores. Neste novo contexto, o conhecimento é formulado em estreita relação com o contexto em que é utilizado, assim, tornando quase impossível separar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais presentes nesse processo.

Neste projeto, o aluno terá um papel de destaque e de coprotagonista. Reafirmando a capacidade crítica do educando, a sua curiosidade e uma certa insubmissão ativa. Buscamos também trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que eles devem se “aproximar’\analisar\compreender os objetos cognoscíveis. Como nos lembra Freire (1981), a educação não acontece de cima para baixo, do mais para o menos. Segundo o autor, nós nos educamos de forma horizontalizado, ou seja, este processo acontece mutuamente, mediatizados pelo mundo. Da mesma forma, nos lembra Santos (2002, p. 18)

 

Educar não se limita a repassar informações ou até mesmo mostrar um caminho que o educador considera o mais certo, mas sim em ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É oferecer ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas. (SANTOS, 2002, p. 18)

 

Neste sentido, buscamos com o projeto “A memória da nossa sociedade através das diversas fontes históricas” transforma o espaço escolar em um local que tem como função social o Pleno Desenvolvimento Humano entendido como garantia de atendimento às necessidades, possibilidades e dimensões cognitivas, corpóreas, afetivas, éticas, sociais, culturais, ecológicas, espirituais dentro tantas outras categorias que constituem a complexidade do humano como ser.

 

Justificativa

A partir das propostas do novo ensino médio, na área de ciências humanas, podemos perceber a importância de se trabalhar com problemas contemporâneos que representam as necessidades sociais reais dos nossos alunos. É importante fazer com que o ensino de História, Sociologia, Filosofia e Geografia se tornem mais significativos para os educandos, permitindo a investigação dos lugares onde vive, tendo em vista a importância da dimensão local e o respeito pelo patrimônio que testemunha o passado e sua função à partir do valor histórico-social dos lugares de memória a serem preservados/ reformados/salvaguardados/reconstruídos/revitalizados/ e rememorados para sustentabilidade dos saberes e fazeres como forma de valorizar e conhecer a história local.

Qualquer forma de exposição de objetos materiais e imateriais ocorre efetivamente quando há a sintonia entre sujeito (visitante) e um ou mais objetos (do conjunto expositivo). Também podemos dizer que este é o encontro entre a sociedade (as pessoas de um determinado lugar e de uma determinada época) e o seu patrimônio (a sua produção cultural). O sentido dos objetos se dá nesta relação. Por esta razão, afirmamos que o projeto “A memória da nossa sociedade através das diversas fontes históricas” não se resume a mera apresentação no formato museológico de uma coleção de objetos antigos. Por trás da ideia desta exposição, existe a tentativa de construir dialeticamente e de modo interdisciplinar experiências de aprendizagem mais significativas para dar vida aos conteúdos trabalhados em sala de aula de acordo com a proposta do Novo Ensino Médio.  Assim, simultaneamente, este projeto busca levar “o museu” ou o “laboratório do Historiador” e muitos dos seus objetos de pesquisa para dentro da sala de aula ao lado das chamadas ciências auxiliares da história. Isto significa que a História (e, consequentemente, o historiador) não trabalha sozinha. Pelo contrário, o trabalho de resgatar o passado para compreender o presente é realizado de maneira interdisciplinar. A história enquanto ciência usa (trabalha junto) em suas pesquisas e análises com outras ciências. Por exemplo, a Sociologia estuda a organização e funcionamento das sociedades humanas; Antropologia auxilia a História a estudar as relações dos grupos humanos, os sistemas religiosos, a cultura, os costumes, as características raciais, etc.; a Filosofia estuda e reflete sobre questões como, por exemplo o conhecimento humano, verdade, significado da vida, moralidade, linguagem, etc.; para compreender o período pré-histórico, o historiador é auxiliado pela paleontologia (estudo dos fósseis); a heráldica permite estudar os brasões e os emblemas; a numismática estuda as moedas e medalhas; a paleografia permite ao historiador ter acesso as escritas antigas, etc.

Todo este movimento exige o que Paulo Freire chama de “rigorosidade metódica, ou seja, exige que os alunos e professores tenham uma postura consciente, uma conduta planejada de quem deseja produzir situações onde a leitura do objeto\da fonte histórica não fique restrita a simples decodificação do que é o objeto. Mas, pelo contrário, vá além da repetição do que já se sabe e busque entender a exposição de objetos\fontes como um espaço privilegiado para uma aprendizagem que é mediada pelos objetos da exposição. Esta aprendizagem está amparada na própria estrutura concreta do objeto cultural, das relações sociais existentes no tempo e no espaço. O aluno deve estar disposto a interpretar os objetos apresentados.

 

“A exposição verdadeiramente histórica é aquela em que a comunicação dos documentos, por sua seleção e agenciamento, permite encaminhar inferências sobre o passado – ou melhor, sobre a dinâmica – da sociedade, sob aspectos delimitados, que conviria bem definir, a partir de problemas históricos. Inferências são abstrações, que não emanam da materialidade dos objetos, mas dos argumentos dos historiadores, referindo-se a propriedades materiais ‘indiciárias’ desses objetos e a informações sobre suas trajetórias.” (MENEZES, 1994, p. 39

 

Nesta perspectiva, trabalhamos com a perspectiva que a História é uma construção coletiva. Somos todos agentes históricos responsáveis pela construção da nossa história. Deste modo, os objetos em exposição permitem que os alunos assimilem de maneira mais fácil a compreensão da história deles próprios e do seu grupo social. Permitindo desenvolver nos alunos a habilidade de identificar objetos e documentos pessoais que remetem a própria experiência no âmbito da família e\ou da sua comunidade, discutindo as razões pelas quais alguns objetos são preservados e outros são descartados.

 

Objetivo Geral

 

 

·         Preparar o educando para o exercício da cidadania, para sua inserção qualificada na sociedade, e para capacitá-lo para o aprendizado permanente e autônomo.

 

Objetivos específicos

 

 

·         Contribuir para a formação integral dos estudantes na área de Ciências Humanas, levando o conhecimento, estimulando o respeito e a proteção aos bens materiais da escola no sentido de promover a conservação do nosso patrimônio histórico cultural.

·         Contribuir para que o educando reflita sobre seu papel como ator social pertencente a uma determinada comunidade, que possui patrimônios individuais e coletivos, memórias e legados que devem ser preservados.

·         Valorizar a interação dos estudantes com seu território\espaço e com o seu tempo histórico.

·         Resgatar histórias, estreitar vínculos com a comunidade\com a escola e aprofundar o conhecimento sobre a realidade, contribuindo para o desenvolvimento da cidadania entre os estudantes.

 

 


 

Metodologia

 

 

Um projeto expo gráfico (o projeto de uma exposição) envolve muitos itens e necessita de um bom tempo para ser feito. O primeiro passo para a realização deste projeto, é o planejar, representar e visualizar o resultado da sua montagem, mesmo antes de ela ser executada. E tudo isto será feito por uma equipe interdisciplinar, baseado no perfil dos alunos do primeiro ano e nas propostas pedagógicas do Novo Ensino Médio.

Começaremos com a definição do tema da exposição e a seleção dos objetos a serem expostos. Neste momento, também foi definido que tipo de exposição será realizado e em qual o espaço físico ocorrerá a exposição. Optamos por uma exposição temporária, haja vista que a escola não possui no momento um espaço para a realização de uma exposição permanente. Foi pensada uma exposição que possuísse características semelhantes às de um museu. O local escolhido foi o Salão Nobre do Instituto de Educação de Minas Gerais. Em virtude de ser um local amplo, seguro e com todas as condições necessárias para se realizar uma exposição. Este espaço físico proporciona o total acesso a fim de que todo o público possa participar visualizando, interagindo e questionando, diz a profissional”. Durante as atividades, os estudantes e demais visitantes podem se organizar em fileiras ou grupos, onde são conduzidos pelo professor titular da sala ao espaço da exposição. A equipe do museu orienta o público acerca da participação e observação durante a apresentação dos trabalhos.

Nesta fase de preparação, todos os objetos serão registrados em fichas com nome do doador ou dono, de onde isso veio, origem demográfica, descrição e um número de identificação. Isto facilitará a identificação e a organização das peças. Em seguida, será criado uma forma para agrupar\relacionar cada um deles. Podendo ser utilizados critérios como categoria científica, tema ou origem geográfica.

Em seguida, ocorrerá o planejamento da exposição em si. Neste momento, oOs objetos serão dispostos de acordo com sua tipologia e identificados de forma clara. Para guiar o visitante, utilizaremos etiquetas em todas as peças da exposição, nas quais, colocaremos uma breve descrição do objeto, onde estava e/ou onde foi coletado e quem emprestou. Também definiremos o horário, o plano de exibição da exposição e a elaboração de um formulário de avaliação.

A parte final do projeto constará na organização da desmontagem da exposição, ou seja, depois de finalizar a exposição, devemos nos certificar de que todos os objetos foram devolvidos para os donos e verificar se eles estão bem embalados.

 

CRONOGRAMA

 

DATA

AÇÃO

RESPONSÁVEL

14 a 19\02

Discussão e elaboração do projeto

Professores Edva Régis e Ronaldo Campos

22\02

Marcação do espaço (biblioteca do IEMG)

Professores Edva Régis e Ronaldo Campos

22\02 a 04\03

Apresentação do projeto para os alunos

 

Divisão dos alunos de cada turma em grupos de seis alunos

Professores Edva Régis e Ronaldo Campos

23\02

Envio do projeto para a supervisora e para a vice direção

Professor Ronaldo Campos

03\03 a 17\03

Pesquisa, preparação do roteiro para a apresentação e estudo sobre

Alunos dos terceiros anos do ensino médio

18\03

Realização (apresentação) do projeto “Café com Leite”

Alunos dos terceiros anos do ensino médio

 


 

AVALIAÇÃO

 

O ato de avaliar é inerente ao dia a dia de todas as pessoas em suas mais variadas atividades, seja de modo intencional ou não, até nas atividades mais simples, todos estamos sujeitos a alguma forma de julgamento, de confrontação ou de análise. No processo formal da educação, a avaliação é uma etapa importantíssima. Contudo, é importante lembrar que em cada momento do processo de aprendizagem do estudante, o professor tem que ter uma estratégia para que os seus alunos cheguem onde precisam chegar. Por isto, precisamos ensinar e não apenas mostrar ao aluno que ele não sabe. Pois,

 

A avaliação atravessa o ato de planejar e de executar; por isso, contribui em todo o percurso da ação planificada. A avaliação se faz presente não só na identificação da perspectiva político social, como também na seleção de meios alternativos e na execução do projeto, tendo em vista a sua construção. (...) A avaliação é uma ferramenta da qual o ser humano não se livra. Ela faz parte de seu modo de agir e, por isso, é necessário que seja usada da melhor forma possível (LUCKESI, 2002, p.118).

 

De fato, a avaliação não pode ficar restrita apenas nas provas aplicadas no final do bimestre letivo. Este “tipo de avaliar” (denominada de classificatória) é muito excludente e oculta a aprendizagem. Neste sentido, a avaliação será realizada aqui de modo processual (também chamada de avaliação formativa ou contínua), onde, serão combinados vários instrumentos avaliativos para mensurar mais assertivamente os diversos aspectos do processo de ensino-aprendizado. Neste processo, a avaliação buscará identificar se o aluno realmente está conseguindo aprender a partir do processo metodológico praticado e de base para os feedbacks.


 

 

 

Bibliografia

 

 

BARROS L. Aires. Património cultural. Novos enfoques e paradigmas. Actas do X Cursos Internacionais de Verão de Cascais, Vol.2, Cascais, pp. 7-26. 2004.

MENEZES, Ulpiano Toledo Bezerra de. De teatro da memória ao

 laboratório da História: a exposição museológica e o conhecimento histórico. Anais do Museu Paulista. São Paulo, v. 35, pp. 9-42. Jan/dez 1994.

SANTOS, M. C. T. M. Processo museológico e educação: construindo um museu didático - comunitário. Cadernos de Sócio museologia, n. 7. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas. 1996.

Projeto de Intervenção Pedagógica: História em Memes – Cultura Pop e o Passado I

 

ntrodução

A história de qualquer povo ou de qualquer tempo pode ser contada e entendida de maneiras diferentes, quero propor aqui um pequeno desafio. Olhem para esta imagem:




O que vocês veem nas imagens acima? Que mensagem essas imagens parecem transmitir? Quem já viu algo parecido antes? O que torna essas imagens engraçadas ou interessantes?

Essas imagens, assim como muitas outras que circulam na internet, é o que chamamos de meme. Memes são conteúdos visuais (geralmente com texto) que se espalham rapidamente, carregados de humor, crítica ou comentários sobre a sociedade, cultura e, acreditem, até mesmo sobre a história!

Hoje, vamos mergulhar no universo dos memes para entender como eles funcionam, como podemos interpretá-los como fontes visuais e, o mais empolgante, como podemos produzir os nossos próprios memes para contar histórias e discutir o passado. Preparem-se para ver a história com outros olhos – e quem sabe, com um toque de bom humor!

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Objetivos


Objetivo Geral

Promover a leitura crítica e a interpretação de fontes visuais diversas – incluindo memes, charges e histórias em quadrinhos – como ferramentas para o ensino e a aprendizagem da História, incentivando a produção autoral dos alunos e a apropriação de conhecimentos históricos em diferentes linguagens.

Objetivos Específicos

  • Capacitar os alunos a identificar e analisar os elementos constitutivos de fontes visuais, como memes e quadrinhos (imagem, texto, contexto de circulação e produção).
  • Desenvolver a habilidade de interpretar a mensagem implícita e explícita em memes e histórias em quadrinhos relacionados a eventos, personagens e conceitos históricos.
  • Estimular a discussão sobre como imagens e narrativas visuais podem ser utilizadas como fontes históricas, considerando suas potencialidades, limitações e vieses.
  • Incentivar a criatividade e o protagonismo dos alunos na produção de memes históricos, promovendo a apropriação do conteúdo e a expressão de diferentes pontos de vista.
  • Fomentar a compreensão da relevância da cultura digital, das linguagens da cultura pop e das novas mídias na construção do conhecimento histórico.
  • Analisar criticamente obras da Turma da Mônica que abordam fatos históricos, como a Proclamação da República, relacionando-as com o contexto histórico e a narrativa proposta.
  • Utilizar o perfil de Instagram @iemgnahistoria como plataforma de divulgação, compartilhamento e aprendizado contínuo sobre história e recursos pedagógicos visuais.

Justificativa

A inclusão de fontes visuais não tradicionais, como os memes e histórias em quadrinhos, no ensino de História dialoga diretamente com a realidade e os interesses dos alunos contemporâneos. Ao utilizar essas linguagens familiares e populares, o projeto busca romper com a percepção de que a História é uma disciplina árida e distante, aproximando-a do universo cotidiano dos estudantes. A relevância de temas como a Proclamação da República, quando abordada através de recursos como a Turma da Mônica, torna o aprendizado mais palpável e engajador.

A interpretação de memes e quadrinhos exige dos alunos o desenvolvimento de habilidades de leitura crítica, decodificação de mensagens implícitas, análise de contexto e identificação de intenções comunicativas. Essas são competências essenciais não apenas para o estudo da História, mas para a vida em sociedade, especialmente em um mundo cada vez mais saturado de informações visuais. O uso do Instagram @iemgnahistoria como ferramenta complementar fortalece essa abordagem, integrando o aprendizado à rotina digital dos alunos e oferecendo um acervo de recursos.

Ademais, a proposta de produção de memes pelos próprios alunos estimula o protagonismo, a criatividade e a apropriação do conteúdo. Ao transformarem conceitos históricos em memes, os estudantes não apenas fixam o aprendizado, mas também exercitam a capacidade de síntese, a argumentação e a expressão de suas próprias visões sobre o passado. Portanto, este projeto visa enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, tornando-o mais significativo, interativo e alinhado às competências do século XXI, ao integrar a cultura pop e as novas mídias ao estudo formal da história.


Metodologia

Este projeto será desenvolvido ao longo do quarto bimestre, com atividades semanais que integram a leitura, a interpretação e a produção de fontes visuais, incluindo memes e histórias em quadrinhos.

Semana 1-2: Desvendando os Memes e a História na Turma da Mônica

  • Introdução e Discussão Inicial: Apresentação de memes históricos variados, seguida de roda de conversa para interpretação, levantamento de hipóteses e discussão sobre o que constitui um meme e como ele se relaciona com a História. Breve apresentação do perfil @iemgnahistoria como recurso.
  • Leitura e Análise de Fontes Visuais: Apresentação e leitura de histórias da Turma da Mônica que abordam a Proclamação da República. Análise guiada dos elementos visuais e textuais, discussão sobre o contexto de produção e circulação, e a mensagem transmitida. Comparação entre a abordagem histórica nos quadrinhos e em memes.

Semana 3-4: A História nas Imagens e as Imagens na História

  • Potencialidades das Fontes Visuais: Discussão sobre como imagens (incluindo memes e quadrinhos) podem funcionar como fontes históricas, seus vieses, sua capacidade de evocar emoções e perspectivas. Comparação com outras fontes visuais (pinturas, fotografias, charges).
  • Oficina de Interpretação: Exercícios práticos de interpretação de memes e trechos de histórias em quadrinhos, individualmente e em pequenos grupos, com foco em identificar elementos de humor, crítica, anacronismo, e a relação com fatos e períodos históricos específicos, especialmente a Proclamação da República.

Semana 5-6: Criando a Nossa História em Memes

  • Introdução à Produção de Memes: Apresentação de ferramentas e plataformas simples para a criação de memes (online ou offline). Demonstração de como selecionar imagens, adicionar texto e adaptar a linguagem de forma a comunicar uma mensagem histórica.
  • Brainstorming e Planejamento: Os alunos, em grupos, definirão temas históricos a serem abordados (com foco no conteúdo do bimestre, incluindo a Proclamação da República e outros temas abordados com memes) e planejarão a criação de seus memes, considerando a mensagem que desejam transmitir e a relevância histórica.

Semana 7-8: Mãos à Obra e Compartilhamento

  • Produção dos Memes: Tempo dedicado à criação dos memes pelos alunos, com acompanhamento e orientação do professor. Incentivar o uso de referências históricas do bimestre.
  • Exposição e Debate: Criação de uma "galeria de memes históricos" (virtual ou física) e momento de apresentação dos memes produzidos, seguida de debate sobre os temas abordados, as escolhas criativas e o aprendizado adquirido. Os melhores memes poderão ser compartilhados no Instagram @iemgnahistoria (com a devida autorização).

Cronograma (Quarto Bimestre - 40 horas / 2 horas semanais)

Semana

Horas

Conteúdo e Atividades

2

Introdução: O que é um meme? Discussão inicial sobre memes históricos. Apresentação e interpretação de memes. Apresentação do perfil @iemgnahistoria.

2

Leitura e Análise de Fontes Visuais: Histórias da Turma da Mônica sobre a Proclamação da República. Análise guiada de memes e quadrinhos sobre eventos/personagens históricos do bimestre.

2

A História nas Imagens: Potencialidades e limitações das fontes visuais (memes, charges, fotos, quadrinhos). Discussão sobre como a história é representada e interpretada em diferentes linguagens.

2

Oficina de Interpretação: Exercícios práticos de decodificação e análise crítica de memes e trechos de quadrinhos históricos em grupos.

2

Introdução à Produção de Memes: Ferramentas, técnicas e exemplos. Demonstração de criação. Discussão sobre como transmitir mensagens históricas de forma eficaz e responsável.

2

Planejamento da Produção: Definição de temas históricos e elaboração de propostas de memes pelos grupos, com foco no conteúdo do bimestre.

2

Produção de Memes (Parte 1): Tempo para criação em grupo com acompanhamento e orientação do professor.

2

Produção de Memes (Parte 2): Finalização dos memes. Preparação para a apresentação. Seleção dos memes para a "galeria" e possível compartilhamento no Instagram @iemgnahistoria.

2

Exposição e Debate: Apresentação dos memes produzidos, "galeria de memes históricos" e roda de conversa final sobre o processo de criação e aprendizado. Discussão sobre a relevância das fontes visuais na historiografia.

10ª

2

Avaliação e Fechamento: Consolidação dos aprendizados, reflexões sobre o projeto, autoavaliação e avaliação do projeto. Feedback geral e encerramento das atividades do bimestre.